Jujutsu

柔術 (じゅうじゅつ)

Antes de tentarmos explicar o que é o Jujutsu, vamos explicar se é jujutsu, jujitsu, jiujitsu, etc. Na realidade, qualquer uma das maneiras está correto apesar de “jitsu” não estar completamente de acordo com a pronúncia japonesa do kanji. A transcrição utilizada oficialmente pelos japoneses é jujutsu.

Mas, porque jujutsu? Isso é devido ao sistema de romanização utilizado para transcrever os caracteres japoneses da palavra de acordo com sua pronúncia.

Romanização? É o nome dado ao sistema de conversão dos caracteres japoneses para a leitura ocidental utilizando os caracteres ocidentais. O sistema utilizado atualmente pelo Japão é o Hepburn.

Na primeira metade do século XX a forma preferida, fora do Japão, era Jiu-jitsu e Ju-jitsu e como as artes marciais japonesas ficaram conhecidas no ocidente neste período, então essas transcrições são mais comuns.

Por exemplo, na França, Canadá e Inglaterra o ju-jitsu é muito utilizado enquanto jiu-jitsu é mais comum na Alemanha e Brasil.

Significado do termo “Jujutsu”

“Ju” é o conceito e pode ser traduzido como “gentil, suave, flexível, maleável” e a ideia de “Ju” é “ser gentil”, “ceder”, “sair de situações perigosas”. “Jutsu” é o principio ou “a ação” e pode ser traduzido como “arte ou técnica” ou “ciência”. Então podemos dizer que “Jujutsu” representa manipular a força do oponente contra ele mesmo ao invés de usar apenas a nossa força.

Treino de jujutsu em uma escola rural

Alguns definem o Jujutsu como sendo uma arte de combate desarmado, corpo a corpo, para derrotar ou controlar um inimigo que também esteja desarmado. Mas ao avaliarmos o Jujutsu baseado em outras artes marciais japonesas clássicas, talvez possamos definir, mais precisamente, que o Jujutsu é uma arte marcial para se lidar com oponentes armados ou desarmados utilizando um conjunto de métodos desarmados e/ou utilizando armas menores como o jutte (pequena espada parecida com um cassetete), tanto (tipo de faca) e as “kaku shi buki” (armas que podiam ser escondidas no kimono) – ryofundo kusari (corrente com um peso na ponta), bankokuchoki (um tipo de soco inglês).

O termo “Jujutsu” pode, também, referir-se às táticas para combates usando as armas mais comuns entre os guerreiros: katana ou tachi (espada), yari (lança), naginata (lança com uma espada pequena na ponta), jo (bastão médio) e bo (bastão pequeno). Essas táticas formavam uma parte importante dos diferentes sistemas marciais que foram desenvolvidos para o combate no campo de batalha. Geralmente são caracterizados como período Sengoku (1467-1603) – Kachu bu jutsu ou Yoroi kumiuchi (lutar com armas ou agarramentos vestindo uma armadura), ou período Edo (1603-1867) – Suhada bujutsu (lutar vestindo roupas deste período, kimono e hakama).


Jitte

Tanto

Bo

Kakushi Buki

Katana

Naginata

Yari

Yoroi
Tipos de armas e armadura

Origens

Representação da batalha de Sekigahara – uma das batalhas mais famosas do período Sengoku

O Jujutsu começou durante o período Sengoku do período Muromachi combinando várias artes marciaisjaponesas que usavam técnicas corpo a corpo nos campos de batalha quando as armas eram ineficazes. Em contraste com as nações vizinhas como China e Okinawa em que as técnicas de suas artes marciais eram centradas em técnicas de ataque direto como socos e chutes, as formas de combate japonesas eram, em sua maioria, focadas em projeções, chaves em articulações e estrangulamentos, pois atacar diretamente um inimigo usando uma armadura era ineficaz. As formas originais de Jujutsu como a Takenouchi-ryuu (ryuu é utilizado para indicar “escola”, logo “escola Takenouchi”) também ensinava, extensamente, esquivas e contra-ataques contra armas longas como espadas e lanças usando-se adagas ou outras armas menores.

No início do século XVII durante o período Edo, o jujutsu continuou a evoluir devido às rígidas leis impostas pelo shogunato Tokugawa para reduzir as guerras, leis que foram influenciadas pelo filosofia social chinesa do neo-confucionismo que foi obtido por Hideyoshi (shogun do clã Tokugawa) durante sua invasão à Coréia e tal filosofia espalhou-se pelo Japão através de estudiosos como Fujiwara Seika.

Representação do período Edo do artista Ando Hiroshige (1797 – 1858)

Durante esta nova ideologia, armamentos e armaduras tornaram-se obsoletas e deixaram de ser usadas nas ruas do Japão. Logo, as técnicas de combate corpo a corpo começaram a ser mais utilizadas como uma forma de auto-defesa e novas técnicas foram criadas para adaptar-se às mudanças sociais da época, como enfrentar oponentes vestindo roupas comuns. Isto incluiu o desenvolvimento de várias técnicas de ataque direto que foram expandidas pelas técnicas já existentes no jujutsu que visavam acertar apenas pontos vitais acima dos ombros como olhos, garganta e a nuca. Porém, ao final do século XVII e início do século XVIII, o número de técnicas de ataque direto foi drasticamente diminuido, pois foram consideradas ineficientes e para praticá-las dispendia-se muita energia; portanto, ataques diretos passaram a ser utilizados para distrair o oponente ou tentar tirar o seu balanço para a aplicação de chaves, estrangulamentos ou projeções.

Jujutsuka repelindo advesários múltiplos

Durante esse período as várias escolas de jujutsu desafiavam umas às outras para duelos como um meio de passatempo para os guerreiros durante esse período pacífico, desses desafios foi criado o randori para a prática das técnicas sem que as leis vigentes fossem violadas e assim as escolas de jujutsu continuaram a se desenvolver através desses combates sem a intenção de matar o oponente.

Até o século XVII, o termo jujutsu não era utilizado para definir as disciplinas e técnicas de combate corpo a corpo. Antes do termo jujutsu ser utilizado, essas habilidades tinham nomes como “pegada de espada curta” (kogusoku koshi no mawari), “agarramento” (kumiuchi), “arte corporal” (taijutsu), “suavidade” (yawara), “arte da harmonia” (wajutsu ou yawarajutsu), “mão que retira” (torite), e até o “caminho da suavidade” (judo – isso em torno de 1724, quase dois séculos antes de Shihan Jigoro Kano fundar a arte moderna de Kodokan Judo).

Atualmente, os sistemas de luta não armada que foram desenvolvidas no período Muramachi (1333-1573) são referenciados coletivamente como “estilos antigos de jujutsu japonês” (Nihon koryu jujutsu). Neste período da história, os sistemas praticados não eram sistemas de combate desarmado, mas meios para um guerreiro desarmado ou portando armas leves lutar contra um oponente armado e usando uma armadura no campo de batalha. Durante a batalha, normalmente, era impossível para um samurai usar sua espada longa ou lança, logo era forçado a usar sua espada curta, adaga ou apenas as mãos vazias. Quando o guerreiro estava vestindo uma armadura, o uso efetivo de armas menores era realizado com o auxilio de técnicas de agarramento.

Métodos de ataque (como mencionado anteriormente) incluíam chutes e socos, projeções, submissões e uso de armas. Táticas defensivas incluíam bloqueios, evasão, destabilização do balanço, camuflagem e escapatórias. Armas menores como o tanto (faca), ryofundo kusari (corrente com peso na ponta), kabuto wari (esmagador de capacetes) e kaku shi buki (armas secretas ou disfarçadas) quase sempre eram incluídas no jujutsu do período Sengoku.

Desenvolvimento

Após um tempo, outros sistemas ko-ryu desenvolveram-se para sistemas mais familiares aos praticantes de Nihon jujutsu, comumente vistos nos dias atuais. Estes sistemas são mais corretamente classificados como Edo jujutsu (fundados durante o período Edo): eles são geralmente designados para lidar com oponentes que não estejam usando armaduras e nem em um ambiente de batalha (guerra). A maiorias dos sistemas de Edo jujutsu incluiam extensivamente o uso de atemi-waza (técnicas de ataque a pontos vitais), que seriam ineficazes contra oponentes vestindo uma armadura. Entretanto, seriam muito eficazes em um confronto contra um inimigo ou oponente durante períodos pacíficos vestindo roupas comuns (referenciados como suhada bujutsu). Ocasionalmente, armas como o tanto (adaga) ou tessen (leque de ferro) foram incluidas no curriculo dos sistemas de Edo jujutsu.

Muitas outras escolas, legítimas, de Nihon Jujutsu existem, mas não são consideradas Koryu (de tradição antiga). Estas escolas são chamadas de Gendai Jujutsu ou Jujutsu moderno. As escolas modernas de jujutsu foram fundadas após ou ao final do período Tokugawa (1868) quando existia mais de 2000 escolas (ryu) de jujutsu. Várias ryu e ryuha tradicionais são, comumente, classificadas como koryu jujutsu, mas são na verdade gendai jujutsu. Apesar de novas em formação, muito poucos sistemas de gendai jujutsu tem uma ligação histórica direta com as tradições antigas e são incorretamente referidas como sistemas de arte marcial tradicional ou ryu.

Através do tempo, gendai jujutsu tem sido utilizado pelos oficiais da lei por todo o mundo e continua a ser a fundação de muitos sistemas especializados usados pela polícia. Talvez o mais famoso sistema especializado usado pela polícia seja o sistema “keisatsujutsu Taiho jutsu” (arte policial para aprisionamento), formulado e aplicado pelo Departamento de Polícia de Tokyo.

Técnicas de jujutsu tem sido a base para muitas técnicas desarmadas de combate militar (incluindo as forças especiais britânicas/americanas/russas e as unidades de polícia SO1) por muitos anos. Desde o início do século XX, muitos serviços militares no mundo têm um curso de combate desarmado que fora fundado nos ensinamentos básicos do jujutsu.

Há muitas formas de jujutsu desportivo, sendo o Judô o mais original e popular e que agora é um esporte olímpico. Um dos mais comuns são as competições de estilos mistos, onde os competidores aplicam uma variedade de golpes, projeções e imobilizações para obter pontos. Também, há as competições de Kata, onde competidores do mesmo estilo apresentam técnicas e são julgados por sua apresentação. Há também competições de estilo livre, onde os competidores se revezam no ataque e quem estiver defendendo é julgado pela sua performance. Outra forma de competição mais recente e que está ficando popular na Europa é a competição de “Ataque aleatório”, que é similar ao Randori, mas mais formal.

Escolas e derivações

Como há muitas faces para o jujutsu, passou a ser a fundação para uma variedade de estilos e derivações atuais. Cada instrutor incorporou novas técnicas e táticas ao que lhe fora ensinado originalmente e, então, ele codificava seu próprio ryu (escola) ou federação para ajudar outros instrutores, escolas e clubes. Algumas dessas escolas modificaram tanto o material original que lhes foi passado que não são mais considerados um estilo de jujutsu.

Antigamente havia mais de 2000 escolas de jujutsu japonês, muitas delas com as mesmas caraterísticas. Técnicas específicas variavam de escola para escola. Muitas das generalizações citadas anteriormente não são verdadeiras para algumas escolas de jujutsu. Escolas de jujutsu japonês que têm uma longa história, incluem:

  • Asayama-Ichiden-ryu
  • Daito-ryu
  • Fusen-ryu
  • Hongaku Kokki-ryu
  • Hontai Yoshin-ryu
  • Iga-ryu
  • Iga-ryuha-Katsushin-ryu
  • Ishiguro-ryu
  • Jishukan-ryu
  • Kenso-ryu
  • Kiraku-ryu
  • Kito-ryu
  • Kukishin-ryu
  • Natsuhara-ryu
  • Sekiguchi-ryu
  • Shindo Yoshin-ryu
  • Shibukawa-ryu
  • Sosuishi-ryu
  • Takenouchi-ryu
  • Tatsumi-ryu
  • Tenjin Shin’yo-ryu
  • Tennen Rishin-ryu
  • Yagyu Shingan-ryu
  • Yoshin-ryu

Artes marciais influenciadas ou derivadas do Jujutsu

Alguns exemplos de artes marciais que foram desenvolvidas ou incluenciadas pelo jujutsu são: aikido, bartitsu, hapkido, judo (e daí jiu-jitsu brasileiro e sambo), kajukenbo, krav maga, kapap, pangamot e kenpo.

Algumas escolas influenciaram, também, o karatê japonês moderno. A maior divergência das escolas japonesas ocorreu em 1905 quando um número das escolas de jujutsu uniram-se à Kodokan. As relações entre as escolas e estilos pode ser, muitas vezes, complexa. Por exemplo, a escola de karatê Wado-ryu descende, parcialmente, a partir da Shindo Yoshin-ryu jujutsu, que por sua vez foi influenciada pelo karatê de Okinawa.

Aikido

Morihei Ueshiba (1883 – 1969) – Fundador do Aikido

Aikido é uma arte marcial moderna desenvolvida nas décadas de 1910 e 1930 por Morihei Ueshiba a partir das técnicas do sistema de Daito-ryu Aiki-jujutsu para focar nos princípios espirituais de harmonia que distingue o Budo do Bujutsu. Ueshiba foi um dos estudantes de Takeda Sokaku. Aikido é um refinamento sistêmico das técnicas defensivas do Aiki-jujutsu de forma que a intenção fosse garantir a segurança tanto do atacante como do defensor. Aikido evoluiu muito durante a vida de Ueshiba, logo os primeiros estilos de Aikido (como o Yoshinkan) são mais parecidos com o original Aiki-jujutsu e outros (como o Ki-Aikido) se assemelham mais com as técnicas e filosofias que Ueshiba cultivava ao final de sua vida.

 Bartitsu

Bartitsu – Edward William Barton-Wright

Na Europa o jujutsu foi introduzido por Edward William Barton-Wright em 1898, que estudou o Tenjin Shinyo-ryu e o Shinden Fudo-ryu em Yokohama e Kobe. Ele também treinou brevemente na Kodokan em Tokyo. Após seu retorno à Inglaterra, ele juntou o básico desses estilos mais boxe, savate e formas de combate com varas em um sistema eclético de auto-defesa chamado Bartitsu.

 

Judô

Shihan Jigoro Kano

O Judô moderno é um clássico exemplo de esporte que derivou-se do jujutsu e tornou-se distinto. Muitos que estudam judô acreditam como Jigoro Kano acreditava que o judô não é um esporte mas um sistema de auto-defesa que cria um caminho para a paz e harmonia universal.

No jujutsu, muitas técnicas como cutucar os olhos, puxar os cabelos, mordidas, atacar as partes íntimas são utilizadas, por isso há uma variedade ilimitada de possibilidades para a criação de técnicas. Nem todo jujutsu era usado em competições desportivas, mas a utilização prática do mundo samurai terminou por volta de 1890. Logo, técnicas como as citadas anteriormente foram e são consideradas inaceitáveis no esporte, então são excluídas do judô e dos randori. Contudo, Judô preservou as técnicas mais letais e perigosas no kata. A intenção era que todos os estudantes de qualquer graduação praticassem o kata, mas atualmente é praticado mais como uma série de rotinas formais para apresentações das técnicas, competições de kata e exames de graduação do que para aprender-se técnicas de auto-defesa individualmente durante as aulas. Porém, foram retidas todas as técnicas de estrangulamento para a forma desportiva e todas as maneiras de chaves em articulações. Até as técnicas de imobilização do judô geram desconforto e/ou dor, pressão nas costelas e coluna e algum tipo de sensação de sufocamento. Uma submissão provocada a partir de uma técnica de imobilização legal é considerada como uma vitória legítima em competições. Jigoro Kano via o aspecto seguro das “competições” de judô como uma parte importante para se aprender a como controlar o corpo do oponente em uma situação real de luta. Kano sempre considerou o judô como o desenvolvimento do, e uma forma de, jujutsu.

Uma técnica de judô inicia-se com o kumikata (pegada) no oponente, seguido de seu desequilíbrio e usando o momentum gerado contra ele e então aplicando a técnica. Kuzushi (a arte de “quebrar” o balanço) também é usado no jujutsu, onde o ataque do oponente é repelido usando o seu momentum contra ele no intuito de parar seu movimento e então projetá-lo ou imobilizá-lo com uma técnica – logo controlar o oponente. É utilizado nos dois sistemas, o Kuzushi é essencial para que se utilize menos energia possível. O jujutsu difere do judô em muitas maneiras. Em algumas circunstâncias, o judoca aplica o kuzushi atacando a posição mais fraca do oponente. Outros métodos conhecidos para aplicar o kuzushi incluem agarramentos, torções ou atacar as áreas do corpo conhecidos como pontos de atemi ou pontos de pressão (áreas do corpo onde os nervos estão mais próximos da pele).

Jiu-jitsu brasileiro (BJJ – Brazilian Jiu-jitsu)

Mitsuyo Maeda

O jiu-jitsu brasileiro foi desenvolvido após Mitsuyo Maeda trazer o judô para o Brasil em 1914. Maeda concordou em ensinar a arte para Luiz França e Carlos Gracie, filho de seu amigo, o empresário e político Gastão Gracie. Luiz França, então ensinou o judô a Oswaldo Fadda. Depois que Carlos Gracie aprendeu a arte de Maeda, ele passou seu conhecimento aos seus irmãos Oswaldo, Gastão Jr. e George. No entanto, Hélio Gracie aprenderia e praticaria as técnicas, apesar de lhe falarem que era muito novo para praticar a arte. Naépoca, o judo ainda era, comumente, chamado de Kano jujutsu (de seu fundador Jigoro Kano), por isso esta arte derivada do judô é chamada de jiu-jitsu brasileiro e não de judô brasileiro. O jiu-jitsu brasileiro passou a dar ênfase à luta de solo, pois a família Gracie concluiu ser mais eficiente e mais prático. Carlos e Hélio ajudaram o desenvolvimento do jiu-jitsu brasileiro através da promoção de lutas (a maioria contra praticantes de outras artes marciais), competições e experimentando por décadas de treino intenso. BJJ dominou as primeiras competições modernas de artes marciais mistas, fazendo com que essa modalidade de competição começasse a adotar muito de sua prática. As, menos praticadas, técnicas em pé no Jiu-jitsu Gracie, herdadas do judô e jujutsu, ainda se mantém (defesa contra facas, defesa contra armas, projeções, bloqueios, socos, chutes, etc).

Luiz França
Carlos Gracie
 

Sambo

Vasili Oshchepkov

Sambo é uma arte marcial e esporte russo derivado do judô japonês e de estilos tradicionais de wrestling da Ásia central. Um dos fundadores do Sambo, Vasili Oschepkov, foi um dos primeiros estrangeiros a aprender o judô no Japão e receber uma faixa preta de segundo grau pelo próprio Jigoro Kano. O Sambo desportivo moderno é muito similar ao judô e ao jiu-jitsu brasileiro desportivo com a diferença nas roupas utilizadas (uma camisa e shorts), e também a ocorrência maior de chaves de perna.

Escolas modernas

Após a implantação do jujutsu japonês tradicional do ocidente, muitas das escolas mais tradicionais passaram por um processo de adaptação pelos praticantes ocidentais, moldando a arte do jujutsu para adequar-se à cultura ocidental e sua muitas variedades. Atualmente, ainda há muitos estilos ocidentalizados distintos de jujutsu que mantém suas raízes japonesas em vários níveis.

Algumas das maiores escolas de jujutsu pós reformação (fundadas depois de 1905) incluem (mas, certamente, não são limitadas a estas, pois há centenas (talvez milhares) de novos ramos de “jujutsu”):

  • Danzan-ryu
  • German ju-jutsu
  • Jigo Tenshin-ryu
  • Atemi ju-jitsu
  • Hakko-ryu
  • Shorinji Kan Ju jitsu
  • Small Circle Ju jitsu

Jujutsu desportivo

Há muitos tipos de jujutsu desportivo. Uma versão de jujutsu desportivo é conhecida por “JJIF Regras de Ju-Jitsu desportivo”, organizada pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu (JJIF) e foi reconecido como um esporte oficial dos Jogos Mundiais.

Há três tipos principais de Jujutsu desportivo: Duo (demonstração de auto-defesa) onde tanto o tori (quem ataca) como o uke (quem recebe o ataque) são do mesmo time e demonstram técnicas de auto-defesa. Neste tipo, há um sistema especial chamado Ataques Aleatórios, focando no tempo de reação contra qualquer ataque desferido por defesa ou contra-ataque. O tori e o uke também são do mesmo time, mas eles não sabem quais são os ataques, que são passados ao uke pelos juízes, sem o conhecimento do tori.

O segundo tipo é o Sistema de Lutas (Luta livre) onde os competidores combinam golpeamentos, agarramentos e submissões através de regras que dão enfase à segurança dos competidores. Muitas das técnicas potencialmente perigosas como derrubar usando a famosa “tesoura” nas pernas, segurar o pescoço, estrangular com as mãos e dedos e chaves são proibidos no jujutsu desportivo. Há um número de outros estilos de jujutsu desportivo com regras distintas.

E o terceiro tipo é o sistema japonês de Ne Waza (luta no chão) em que os competidores começam na posição em pé e lutam para conseguir uma submissão. Golpear não é permitido.

Herança e filosofia

A cultura e religião japonesa está entrelaçada com as artes marciais. Budismo, Shintoismo, Taoismo e filofia Confucionista co-existem no Japão e as pessoas, geralmente, misturam e combinam para se adequar. Isto reflete na variedade de visões que alguém encontra nas diferentes escolas.

Jujutsu expressa a filosofia de ceder à força de um oponente invés a tentar opor força com força. Manipulando a força e direção do ataque de um oponente permite a um jujutsuka (praticante de jujutsu) controlar o balanço do seu oponente e então preveni-lo de resistir a um contra-ataque.

Referências

https://en.wikipedia.org/wiki/jujutsu (tradução e re-edição livre)

Imagens retiradas a partir do artigo original e pesquisas no engine de pesquisas http://www.google.com.br